Data: 07-05-2012
Criterio: A2c
Avaliador: Rafael Augusto Xavier Borges
Revisor: Miguel d'Avila de Moraes
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Sloanea obtusifolia ocorre ao longo da Mata Atlântica em locais que tiveram uma redução de vegetação original de pelo menos 50% nos últimos 10 anos, como os municípios de Santa Teresa, no Espírito Santo; Recife, em Pernambuco; Una e Ilhéus na Bahia; São Paulo, Ibiúna, e Mogi das Cruzes, em São Paulo. Associadas a esse fato, estimativas apontam que a população global da espécie apresenta uma média de 18.211 indivíduos, número que está sendo reduzido devido ao uso madeireiro para a fabricação de canoas, tábuas e esteios para construções domésticas e pesqueiras.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Sloanea obtusifolia (Moric.) Schum.;
Família: Elaeocarpaceae
Sinônimos:
Descrita em Fl. Bras. 12(3): 181. 1886. Espécie de grande porte, apresentando as sapopemas mais desenvolvidas; tronco fortemente lenticelado e as folhas possuem nervuras craspedódromas características (Silveira, 2009). Nomes populares: "Gindiba" (Costa et al., 2006).
Espécie utilizada para fins artesanais, alimentícios e na produção de combustível (Costa et al., 2006); também utilizada em construções (McGinty, M.M., 2012).
Em estudo do componente arbóreo em área de cabruca na região cacaueira do sul da Bahia, foram amostrados quatro indivíduos no ano de 1998, e três indivíduos no ano de 2005, em uma área de 1,7 ha, sendo diagnosticada como uma das espécies de maior Valor de Importância (VI) para a região (Sambuichi, 2006). Em estudo em um hectare de floresta ombrófila densa na Mata das Caldeiras, município de Catende, no Estado de Pernambuco, S. obtusifolia apresentou um total de seis indivíduos (Costa Junior et al., 2008). Em levantamento fitossociológico na floresta sobre morrote, no Parque Estadual da Campina do Encantado, no município de Pariquera-Açu, no Estado de São Paulo, foram amostrados 12 indivíduos em uma área de 0,56 ha (Sztutman; Rodrigues, 2002). Em levantamento de espécies em clareiras no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, no Estado de São Paulo, foram amostrados um total de 14 indivíduos em uma área de 1 ha (Davison, 2009).A partir de cálculos de estimativa populacional realizados pela equipe CNCFlora, a população média da espécie é de 18.211 indivíduos.
Endêmica do Brasil; ocorre nos Estados de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro (Sampaio, 2012).
Caracteriza-se por árvores, de 19-35 m de altura; floresce em dois períodos, de fevereiro a março e de julho a setembro, frutifica de janeiro a abril e de agosto a setembro (Silveira, 2009); sementes dispersas por pássaros (McGinty, 2012).
1.1 Agriculture
Incidência
national
Severidade
very high
Detalhes
As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura) (Tabarelli et al., 2005). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km² de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia) (Tabarelli et al., 2005).
1.3 Extraction
Incidência
national
Severidade
very high
Detalhes
As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Em adição à incessante perda de habitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência
national
Severidade
very high
Detalhes
A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI (Tabarelli et al., 2005).
1.2.1.3 Sub-national level
Observações: "Vulnerável" (VU) segundo a Lista vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).
4.4.3 Management
Observações: Espécie ocorre em unidades de conservação (SNUC): Reserva Biológica do Mico-Leão, no estado da Bahia; Estação Biológica de Santa Lúcia e Reserva Florestal da Companhia Vale do Rio Doce, no Espírito Santo; Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro; e Área de Proteção Ambiental do Rio Tietê, em São Paulo (CNCFlora, 2011). Ainda ocorre no Parque Estadual da Campina do Encantado (Sztutman; Rodrigues, 2002); e Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, no Estado de São Paulo (Davison, 2009).
- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.
- NADRUZ, M.A.; SAMPAIO, D. Elaeocarpaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.240, 2009.
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CNCFlora. Sloanea obtusifolia in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Sloanea obtusifolia
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 07/05/2012 - 13:48:52